Nossa equipe de reportagem
esteve visitando o Colégio Estadual Delmiro de Miranda Britto, na Rua do
Batalhão, em Canindé de São Francisco, região do Sertão de Sergipe, com o
objetivo de conhecer o projeto de apoio à recuperação ambiental desenvolvido
por alunos da escola e a comunidade Florestan Fernandes.
Conversamos com a estudante
Deyse Souza que está à frente do projeto, com a diretora Patrícia Almeida e com
o representante da comunidade Florestan Fernandes, Geldinio Caciano de Lima
(Jal).
Damião
Feitosa: “Deyse,
o que é o projeto de apoio à recuperação ambiental, que também é desenvolvido
na comunidade Florestan Fernandes, o que é? Como funciona esse projeto? Como
surgiu a qual a ideia de trazer o projeto que vocês desenvolvem na comunidade
para a escola”?
Deyse Souza, estudante do Colégio Estadual Delmiro de Miranda Britto |
Deyse
Souza: “O projeto que a
gente decidiu fazer no colégio teve como base o projeto que foi implementado no
Assentamento Florestan Fernandes, lá a gente descobriu algumas nascentes e que
hoje estão servindo para dar água ao gado, já que dependíamos muito do
abastecimento de caminhão pipa, teve áreas que foram feitas arborização,
plantio de hortaliças, então a gente pensou em desenvolver aqui no colégio
também, por que não trazer um pouco desse projeto para cá, já que vimos que
tinha necessidade, ao entorno do colégio não tinha árvore, decidimos trazer um
pouco do projeto de lá para cá, na verdade a ideia do projeto é do Assentamento
Florestan Fernandes para a escola, antes de trazer o projeto para o colégio,
levamos o colégio para a comunidade, eles conheceram, apresentamos o projeto
como era, os professores e a diretora deram total apoio, e hoje estamos com um
projeto de arborização, plantio de mudas nativas e frutíferas, também com uma
horta, que irá servir para a alimentação dos alunos, já que sentimos a
necessidade de hortaliças no colégio e a gente não tem, também estamos com
cordões de pedras e Barragem de Base Zero (BBZ) que servem para impedir a
erosão, vimos que deu tudo certo nessa chuva que aconteceu recentemente, depois
dessa chuva observamos que acumulou o material. Após a implementação desse
projeto conhecemos um concurso online através da diretora, que o nome é
Criativos da Escola, envolve projetos de alunos que transformam a vida das suas
comunidades e de suas escolas, nem sabíamos como era esse concurso, fomos lá e
mandamos nosso projeto, e dentre 1.800 projetos enviados pelo Brasil todo,
fomos um dos 11 premiados, recebemos uma premiação em Fortaleza/CE, de certa
forma deu uma visibilidade ao Colégio”.
Damião
Feitosa: “Patrícia,
como está o envolvimento dos estudantes no projeto? Quais as turmas que estão
participando”?
Alunos da Escola participando do projeto |
Patrícia
Almeida: “É
um projeto que despertou nos alunos toda essa questão ambiental, o compromisso
com o meio ambiente, o mínimo que eles podem fazer estão percebendo que faz a
diferença, a visão das pessoas já está mudando, é um processo lento, mas eles já
estão percebendo na prática que dar certo, todas as turmas estão participando,
dos turnos da manhã, tarde e noite, os professores apoiando, orientando, temos
a professora Niza, o professor João Francisco e o professor Erinaldo que estão
à frente do projeto, porém toda escola está no apoio e participando”.
Damião
Feitosa: “Jal,
como está à interação da comunidade com a escola? o projeto será desenvolvido
apenas no Colégio Delmiro de Miranda Britto”?
Jal, representando a comunidade Florestan Fernandes |
Jal:
“A
Comunidade tem um projeto que foi desenvolvido
através do Ministério Do Meio Ambiente em parceria com o Programa das Nações
Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), além da Secretaria de Estado do Meio
Ambiente e dos Recursos Hídricos (SEMARH) e o Instituto Nacional de Colonização
e Reforma Agrária (INCRA), trouxemos para a escola, estamos desenvolvendo no
Colégio Estadual Delmiro de Miranda Britto, é um projeto piloto, esse projeto
não ficará só concentrado aqui, a intenção é expandir ele para outras escolas
também, pela importância de estarmos reflorestando, recuperando áreas
degradadas e construindo uns canteiros de hortas orgânicas para suprir a
necessidade na merenda escolar, garantirmos nutrientes e uma alimentação saudável,
para que os alunos saibam o que estão consumindo na sua alimentação, porque são
alimentos sem a utilização de produtos químicos”.
Por Damião Feitosa do
Jornal do Sertão
Jornalista DRT 5839/BA