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Foto: José Cruz/Agência Brasil |
O governo federal, por meio
do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), disponibilizou 60 vagas em
presídios federais de segurança máxima para detentos que estão no em
penitenciárias do Ceará. O estado vive, há seis dias, uma onda ataques contra
veículos, órgãos públicos, agências bancárias, estabelecimentos comerciais e
equipamentos de segurança. Os atentados, organizados por facções criminosas,
com forte atuação dentro dos presídios, seriam uma represália ao anúncio do
governo estadual de medidas para endurecer as regras no sistema carcerário
estadual.
Segundo a Secretaria de Administração
Penitenciária do Ceará, um preso já foi transferido e outros 19 estão sendo
embarcados nas próximas horas, totalizando 20 transferências de forma imediata.
A identidade dos detentos não foi divulgada, mas são lideranças das facções que
atuam no estado, vinculadas a grupos como o Comando Vermelho (CV) e Guardiões
do Estado (GDE). Também não foi informado para quais dos cinco presídios
federais os presos estão sendo remanejados. O governo analisa a transferência
de mais presos ao longo dos próximos dias.
A população carcerária do estado ultrapassa
os 29,5 mil detentos, incluindo presos provisórios e aqueles dos regimes
semiaberto e fechado. O número total de vagas, no entanto, é de pouco mais de
13 mil, somando todas as unidades prisionais do estado, uma superlotação de
quase 60% da capacidade, segundo os dados mais recentes do governo do estado.
Em varredura nos presídios do estado nos
últimos dias, foram apreendidos, segundo o governo, cerca de 400 celulares e
alguns aparelhos de televisão, em número não informado. Não houve registro de
incidentes nas unidades e, em duas delas, as visitas foram suspensas ao longo
do fim de semana, por razões de segurança.
Nesse domingo (6), a Secretaria de Segurança
Pública e Defesa Social (SSPDS) do Ceará confirmou a prisão de 110 suspeitos de
envolvimento nos ataques criminosos dos últimos dias. A Polícia também informou
a morte de ao menos três pessoas, supostamente em confronto com as forças de
segurança.
Ajuda
federal reduz ataques
Agentes da Força Nacional de Segurança também
estão atuando nas ruas da capital desde sábado (5). A reportagem da Agência
Brasil registrou a presença do efetivo em algumas avenidas e terminais de
ônibus da capital. No terminal Antônio Bezerra, no bairro de mesmo nome, os
agentes federais davam suporte à segurança do local, de onde partiam e chegavam
ônibus urbanos que circularam pela capital ao longo do dia. Uma equipe de três
policiais militares escoltava cada veículo coletivo.
De acordo com balanço do Ministério da
Justiça e Segurança Pública, o número de ataques em Fortaleza e região
metropolitana caiu nas primeiras 24 horas de atuação da Força Nacional de
Segurança Pública.
Os ataques, que chegaram a 45 na quinta-feira
(3) e 38 no sábado (5), caíram para 23 neste domingo (6), informou a pasta, em
nota. Ao todo, a Força Nacional participa de ações de segurança com um efetivo
de 330 homens e 20 viaturas, em ações de patrulhamento ostensivo, preventivo e
repressivo em pontos importantes como terminais rodoviários e vias de grande
circulação. Os agentes federais permanecerão no estado pelo prazo inicial de 30
dias, que poderá ser prorrogado.
Informações da Agência Brasil