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Foto: Secretaria de Segurança Pública do Estado de Sergipe |
Na manhã desta terça-feira, 11, o
Departamento de Crimes Contra a Ordem Tributária e Administração Pública da
Polícia Civil (Deotap) apresentou durante coletiva à imprensa detalhes da
operação "Xeque-Mate no Sertão", que desarticulou a organização
criminosa composta por sete pessoas que utilizavam do poder político, por meio
de licitações fraudulentas, para desviar dinheiro público em Carira.
As fraudes ocorreram no período de
aproximadamente 20 anos na Prefeitura de Carira. Dois ex-prefeitos, João Bosco
Machado e Diogo Machado (pai e filho) estão entre os detidos, ao lado do
vereador de Carira, José Alves de Menezes, e mais quatro empresários. A polícia
aguarda ainda a apresentação do irmão ex-prefeito Diogo, identificado como
Diego Machado.
Segundo informações da delegada geral da
Polícia Civil, Katarina Feitoza, o grupo atuava em diversas frentes da
administração pública com o objetivo de fraudar licitações. “Era um grupo
político que se valia do seu poder para desviar dinheiro público da prefeitura.
No inquérito policial já apuramos um desvio aproximado de R$ 7 milhões. Nos
inquéritos civis, feitos pelo Ministério Público, é apontado desvio de mais de
R$ 20 milhões", destacou.
De acordo com informações obtidas na
investigação iniciada pelo Ministério Público e depois encaminhada ao Deotap, o
principal articulador do sistema de fraude à licitação foi o ex-prefeito de
Carira, João Bosco Machado. “O dinheiro saía dos cofres da Prefeitura de
Carira, seguia para a empresa Angular e retornava para a conta do ex-prefeito
João Bosco Machado, como também para a conta de seu filho Diogo Menezes, que
era o prefeito na época”, destacou a delegada Lara Schuster, que coordena as
investigações.
As prisões ocorreram nos municípios de
Salvador (BA), Tobias Barreto e Carira. Neste último, cinco prisões foram
confirmadas. Segundo ela, a quadrilha agia por meio de uma empresa denominada
‘Angular’, na qual foram constatadas uma sucessão de sócios que agiam como
laranjas para movimentar dinheiro e fazer retornar aos irmãos Diogo e Diego.
Além do ex-prefeito e seu filho, Diogo
Menezes Machado, mais sete pessoas foram acusadas de participar da organização
criminosa, sendo que Antônio Carlos dos Santos, conhecido por “Carlinhos”;
José Messias dos Santos, José Alves de Menezes e Robson Lopes de Oliveira já
estão presos identificados como “laranjas” da organização criminosa.
A "Operação Xeque-Mate no Sertão"
contará ainda com diversos desdobramentos para elucidar, a exemplo de quanto
tempo o suspeito João Bosco exercia essa prática criminosa, quais possíveis
outras empresas de fachada estavam envolvidas no desvio do dinheiro público e a
procura de outros “laranjas”. “Se durante a investigação for identificado
o envolvimento de mais suspeitos, iremos pedir novas prisões. Inclusive o
Judiciário do município de Carira decretou o sequestro e a disponibilidade de
todos os bens dos acusados e o bloqueio de 20 milhões da conta”, finalizou o
promotor de Justiça Bruno Melo.
Apoio
Apoio
Além do Detop e do Grupo de Atuação Especial
de Combate ao Crime Organizado (GAECO), a operação conta com o apoio do
Complexo de Operações Especiais (Cope), Departamento de Narcóticos da Polícia
Civil (Denarc), Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), Divisão
de Inteligência da Polícia Civil (Dipol), Laboratório de Tecnologia Contra
Lavagem de Dinheiro (LAB-LD) e Delegacia de Repressão a Crimes
Cibernéticos (DRCC).
Informações da Secretaria de Segurança
Pública do Estado de Sergipe